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Nem todos os Natais são iguais

  • Foto do escritor: Clube de Comunicação  Social
    Clube de Comunicação Social
  • 3 de jan.
  • 3 min de leitura



O Natal é uma época com significado e nisso estamos todos de acordo. Mas igualmente aceitamos que esta essência pode significar coisas diferentes, para diferentes pessoas. O conceito pode variar consoante a cultura, as tradições familiares e as crenças individuais, mas, no âmago de cada ser humano, o Natal é seguramente, tempo de união, amor e partilha. 

A tradição da árvore de natal tem um significado. Normalmente em forma de pinheiro ou abeto, é perene, e simboliza a vida eterna. Este conceito está ligado à crença cristã na vida eterna oferecida por Jesus Cristo. 

No Cinarte (Clube de Artes Plásticas e Cinema, do AEMFP), acreditamos na importância desta época, principalmente pelas crianças e jovens, e por isso, quisemos também fazer uma árvore. 

Mas a nossa árvore de natal é desigual, díspar e convida-nos a olhar um pouco mais além.

Vamos tentar explicar-vos por breves palavras porque é tão dissemelhante…

Tradicionalmente a árvore de natal é cercada de caixas /presentes e a nossa é em si, uma construção de caixas, de “caixas emoção”. Estas contêm memórias de vida, de natais passados, de experiências e histórias não reveladas, mas sempre sentidas. Lá “dentro”, estão guardados reflexos não espelhados externamente, vivências e sentimentos, que se acumulam ao longo do tempo, em cada um de nós. Cada caixa pode conter memórias de alegria, tristeza, superação e solidariedade.

Os sapatos traduzem as diferentes jornadas que cada um de nós percorre, lembrando que, apesar de caminharmos juntos, todos temos caminhos únicos e que, muitas vezes, as dificuldades desses caminhos são invisíveis. Os sapatos foram doados pela comunidade educativa. A doação é um gesto simples, mas que pode ter um impacto significativo na vida de muitas pessoas. Muitas vezes, não nos damos conta de como doar, pode fazer diferença no dia a dia de alguém que vive em situação de vulnerabilidade.

Por outro lado, a doação leva-nos a refletir sobre o consumo e a maneira como valorizamos excessivamente os bens materiais. Num mundo onde o descartável é comum, escolher doar/reutilizar, em vez de deitar fora, é um ato de consciência ambiental e de responsabilidade social.

Doar é um gesto que promove ciclos de solidariedade e empatia. 

O espírito de cooperação e diversidade foi fundamental no contexto de construção da nossa árvore. No clube, celebrámos o Natal (o verdadeiro Natal), nas relações que cultivámos em todos os minutos que desmontámos e colámos caixas, pintámos sapatos, nas risadas genuínas, nos olhares cúmplices e até mesmo nas gargalhadas que demos quando consciencializámos que, até para nós, a nossa árvore era muito “fora da caixa”.

Mas acreditamos, que cada caixa da nossa árvore simboliza não apenas o que temos em nós e recebemos, mas igualmente o que podemos oferecer ao mundo.

E assim, mais uma vez, arte e educação entrelaçam-se como ferramentas essenciais para transformar perceções e abrir horizontes. Na arte, expressamos a emoção da multiplicidade da forma mais profunda que existe e na educação ensinamos a valorizar essa diferença, a respeitar e a celebrar a diversidade que enriquece o mundo.

Mas não se esqueçam …

Que no dia a seguir ao Natal também é dia de paz, também é dia de ser bom e de passar a mão no rosto de quem amamos, também é dia de abraços, de sorrisos e de pensar nos outros, também é momento de repensar na nossa existência tão efémera e tão séria. 

No dia a seguir ao Natal, também há vida ao amanhecer, tantas vezes esquecida na muita pressa e no pouco amor.  



Dezembro 2024

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